Madrugada sombria!
A cidade vazia… não se ouvia outro barulho a não ser o ronco do motor do seu carro. A solidão o acompanhava no banco do passageiro de seu carro, enquanto as luzes que ensolaravam o caminho e fazia o asfalto brilhar fazia sua vista ofuscar.
Entre seus pés, garrafas daqueles líquidos que o anestesiava de toda aquela dor que ele estava sentindo. Era um vazio, algo irreconhecível que o possuía sempre e que ele comungava sem ao menos notar.
A musica alta saia dos auto falantes, e circulava dentre os bancos e seus ouvidos, a fumaça do cigarro que ele segurava calmamente dentre os dedos para fora da janela do carro fazia cogitar pequenos espirros, enquanto o carro a cada segundo corria mais, cortando o vento de forma assustadora e fazendo ruídos inimagináveis para o momento.
Ele chora descontrolado sem entender bem o motivo, ele tinha tudo o que queria, se sentia desejado, mas não desejava nenhum daqueles corpos que ele tinha.
Todos se amostravam, o desejava, lutavam para conseguir. E enquanto ele oferecia prazer e se lambuzava no deleite dos deuses, entregando para aqueles corpos potrificados seu corpo de menino e suas mãos habilidosas. Porem, a cada gesto de desejo, a cada movimento sensual e promiscuo mais seu coração gelava e se trancava em mundo que nem ele conseguia acessar.
Por um momento ele sente um solavanco no volante e volta a consciência rapidamente, tentando voltar toda sua atenção para a estrada límpida que seguia a sua frente.
Tudo parecia morto, as luzes tremulas e bruxelantes, as arvores mórbidas e redundantes, um asfalto pálido e sem vida, um corpo morto que dirigindo percebia tudo isso com detalhes jamais pensados.
Era ele novamente se transportando para o passado, o presente e tentando achar um caminho para o seu futuro. Ele já não queria mais aquilo. Ele só queria viver como um ser normal. Mostrar a todos que ele também era dotado de amores e medos. Mas alguém percebia? Todos o viam somente com aquele jeito opulente de ser.
Mais um solavanco no volante e novamente ele começa a perceber detalhes e cheiros daquela avenida que agora cheias de curvas o deixava com anciã e tontura. Voltando sua atenção para dentro do carro ele pega mais um cigarro, acende e com um suspiro ofegante e poderoso ele já não controla mais o choro e cai em si de como ele queria mudar tudo aquilo, mas não se sentia capaz. Lembra do tempo que tinha sido feliz, e se sente infeliz por ter perdido tudo aquilo.
Seus olhos adentram sua alma, e o leva para aquele tempo de risadas gratuitas, e ao mesmo tempo lhe mostra toda a destruição e auto-destruição que seguiu a frente depois daquilo tudo. E como sua vida tinha se tornado um crepúsculo sem fim.
Desesperado e sem controlar seus supiros e lagrimas, ele procura mais daqueles líquidos para tomar… Um gole… Mais um e pronto.
Já se sentia sem condição de viver, de navegar, trafegar e dirigir sua própria vida. Era o coadjuvante ao invés do diretor, era o crápula imundo que a família e os amigos fez questão de largar.
Bebe mais um gole, da uma ultima tragada naquela bituca que já estava no filtro, e o choro se descontrola junto com suas mãos…
…Aos poucos as coisas se escurecem, ele ouve um barulho ao longe e sente as dores passar!
Leia ao som de: Call It A Day – The Reconteurs
4 comentários:
Muito bom...
Ainda acho que dava pra dicionar mais elmentos no cenário que aumentassem esse clima "sombrio"
Até logo o/
gostei muito da forma do texto,o jeito como vc escreve,se expressa muito bem,muito bom o blog!
http://juliana-valerio.blogspot.com
Poxa, gostei Cleitinho!!! xD
Mas encontrei uns errinhos, coisa pekena...Qlqr coisa depois te falo.
Beiiijos.
;*
ooooi cara!
passaando aqui pra dizer qu o Blog Misscrazylover tah só esperando a tua visita!
Com postagem nova, ele espera a sua sempre agradável visita!
~~> Valew.
http://misscrazylove.blogspot.com/
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