quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Instintivo


Seus olhos se fechavam e levava-o de volta para a noite nupcial de luxuria e prazer do qual ele tinha passado, onde corpos suados e surrados se entrelaçavam e se comprimiam na forma mais arcaica e translúcida do prazer.


Ele levanta da cadeira e sai da frente da tela ofuscante do qual suas palavras eram docemente escritas por sua mão suada e com cheiro do cigarro que ele acabará de fumar.


Deita em sua cama e procurando algo para fazer, acende mais um cigarro, fecha seus olhos e se deixa levar. Lembra da luz avermelhada dos suspiros e gemidos. Sente em seu corpo o peso do corpo do outro ser que o tinha tomado por inteiro levando-o um ápice de magnitude esplendida do prazer.


A noite não parecia ter terminado e mesmo depois de um dia de cansaço e correria o cheiro do libido do prazer ainda repousava em seu corpo. Ao fechar seus olhos ele consegui ver e sentir todo o acontecimento que o tinha deixado em êxtase profundo e por um tempo louco.


Carinhos, beijos profundos, corpos trêmulos, quentes, latejantes, transfigurados no prazer absoluto do momento, o carinho se transformava em apertões e os apertões novamente voltava a ser carinhos frenético e voraz.


Respirações profundas, mordidas, chupadas, tapas leves e mais mordidas. Os corpos ficavam marcados, dor e prazer se equilibravam e envolvia aqueles corpos de forma única de visceral.


Pequenos gritos, gemidos, respirações fugaz, mais gemidos e seus corpos se reprimiam um ao outro, uma respiração profunda e o descanso merecido chegava, com o corpo do outro ser repousado sobre ele.


Os dois ali deitados deixava a musica penetrar em seus corpos através de seus ouvidos e poros. A musica chegava calmamente em suas almas e faziam-nas dançar vagarosamente enquanto o que restava para aqueles corpos era o descanso. E ele sentia o suco cremoso dos deuses escorrer sobre sua virilha e coxas.


Era o findar de uma noite de prazer absoluto. O sono vinha calmamente nos dois corpos enquanto suas almas ainda dançavam sob o teto do apartamento e o cheiro do prazer se dissipava pelo ar.


Ele que ali estava deitado sobre a cama lembrando do acontecido, da sua ultima tragada no cigarro, abre seus olhos que se ofuscam com a luz amarelada de seu quarto, percebe a embriagueis daquele cômodo com roupas, meias e coisas jogadas. Volta para sua mesa e para sua tela ofuscante, apaga seu cigarro naquele cinzeiro cheio de bitucas velhas e fétidas voltando assim a escrever sobre todo o ocorrido. Seu corpo cansado e sua cabeça dolorida. Ele vai escrevendo e ouvindo a musica calma e redundante que finda sua vida em seu texto, finda sua lembranças em palavras categoricamente instintivas e sem sentidos.


A musica acaba, ele escreve suas ultimas linhas e se sente frágil e infeliz por tudo aquilo ter se esgotado.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Um sujeito Qualquer

A brisa era calma e sorrateira lá fora, as janelas abertas, as estrelas despontando no céu e aquela lua cheia e majestosa iluminava de forma descomunal o céu daquela noite.


E ele ali, sentado em frente aquela tela branca e ofuscante do computador. Em sua mesa mãos, teclado e mouse dividiam espaços com garrafas que carregavam dentro si restos de água do qual ele passava horas e horas bebendo. O cheiro de cigarros usados que vinham do cinzeiro era terrível fazendo-o cogitar vez em quando. Pilhas, maços de cigarros vazios, chaves e restos de comida também dava o ar degradante do lugar.


A musica tocava sinuosa, baterias, guitarras e gritos saiam das caixas do computador enquanto seus olhos vidrados deixava-o estático de frente com o que tinha se tornado a muito tempo sua vida. Janelas piscando, paginas abrindo e se fechando e entre um site e outro ele fica ali como um ser já sem vida.


Onde estava sua vida social? Para ele já não existia. O contato humano ele já não tinha a muito tempo, entre bolachas, batatas, e biscoitos ele ali tinha passado tempos fazendo uma coisa do qual ele costumava chamar de conversar. Mas o que era real? Se nem sua vida naquele momento era como tal. Tudo não passava de bites, números e energia que iam e retornavam com respostas do qual ele entendia como agradáveis.


Ele se transformava na frente daquele site com fotos de pessoas que jamais ele veria. Textos degradantes, pessoas esdrúxulas e fotos sensuais tomavam conta do roteiro do qual ele fazia questão de viver. Suas mãos doíam por não parar de escrever, e suas costas já curvas mostravam o quão ele já ali “residia”.


Era tudo monótono e sem vida, tudo artificial e imparcial. Mas para ele era o único jeito de ter o contato do qual ele queria.


Real? Perguntavam em uma janela, ele mais que rapidamente já respondiam que não. Preferia se omitir e se esconder atrás de um paradigma que ele mesmo tinha criado. Atrás de tabus e preconceitos dos quais ele mesmo tinha imposto.


As coisas saiam do seu controle, entre webcam, fotos, rostos desajeitados e textos contextualizados em sensualidade, ele se tornava cada vez mais mítico perante sua vida.


Paginas e mais paginas, pessoas indo e vindo e ele continuava ali, parado, estático, com uma vida do qual ele achava que era perfeita.


Um cigarro acendido deixava a fumaça subir grosseira e ligeira, enquanto mais goladas de água ele ingeria para se hidratar, suas mãos se multiplicavam dividindo o tempo entre caricias em si próprio e digitações. Olhos lacrimejados e boca semi serrada.


Vida, morte... Vida.


Vida Plástica eu diria!


Leita ao som de: The Angel And The One - Weezer

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Prazer


Ela dança insinuante e prazerosamente entre a garrafas e roupas que ali no chão estavam jogadas.


Seus olhos grandes e negros brilhavam ao contato da luz fraca que ambientava todo o clima daquele lugar enquanto sua cabeça girava calmamente com sua mão no pescoço lhe auto-acariciando. Com a garrafa em uma das mãos e na outra o restante de um cigarro sujo de seu batom vermelho ela pegava aquele liquido amarelado e de cheiro forte e com fortes goladas deixava-o escorrer entre seios, barrigas e pernas.


A camisa social do qual ela tava vestida escondia sua ligerie preta de rendas vazadas. Suas pernas grossas e seu corpo composto por curvas jamais vistas deixava-o deslumbrado com tamanha beleza ali posta em sua frente.


Ela continua dançando sinuosamente enquanto a musica aumenta cada vez mais, seu corpo se torna mais frenético e entre voltas e passos desconcertados ela cai sobre o carpete de joelhos. Coloca a garrafa de lado, joga a bituca daquele cigarro bem usado e começa a acariciar de forma visceral passando suas mãos por entre suas pernas, barriga e seios.


Seu corpo latejava e entre risadas e mordidas em seus lábios ela aperta suas mãos contra seus seios lhe fazendo suspirar e se jogar aos pés dele. Ela levanta ainda anestesiada com aquilo, corre para a mesa e prepara mais uma daquela tira do prazer que a transformava em quem realmente ela era. De uma forma sobre-humana ela se agacha e rapidamente transmite todo aquele poderoso e colossal pó para dentro do seu corpo, fazendo-a rapidamente cambalear.


Ela se volta novamente para ele, e com seus pés vestidos naquele majestoso salto ela o instiga, colocando seu pé direito sobre a barriga dele e de forma límpida começa a acariciar toda a extensão de suas pernas, chamando-o para possuí-la, suas mãos elevam sua cabeça a fazendo pender para frente e seus cabelos negros e lisos cobrem seu rosto enquanto risadas sensuais e atraentes vão se soltando aos poucos. Ele se aproxima tentando alcançar seu rosto, mas ela empurra-o mostrando que naquele momento era ela quem comandava.


Mais goles daquele liquido amargo chegam aos seus adocicados lábios e de forma audaciosa ela deixa aquele liquido do prazer escorrer sobre seu corpo propondo para ele que de forma irracional ele a lambesse e sentisse seu gosto deslumbrante e alucinante.


Ele se levanta, mas novamente ela renega-o o empurrando contra o sofá, dança, ri, rodopia e sua mão puxa seus cabelos para trás fazendo sua cabeça pender para trás enquanto mais e mais mordidas são notadas em seus lábios.


Os botões daquela camisa branca já molhada pelo límpido do prazer vai se abrindo aos poucos e de forma instantânea ela se ajoelha sobre as pernas dele jogando mais daquele combustível sobre o corpo dele... ela se aproxima, sente o seu cheiro e de forma pueril morde a ponta de sua orelha fazendo-o tremer e ao mesmo tempo temer.


Ela se aproxima mais e mais, pega-o pelo queixo conduzindo-o em direção a ela. A musica fica mais alta e alucinógena, tudo começa a parar, já não existia mais nada do que aqueles belos e transpostos corpos latejantes.

As luzes se apagam, a musica se torna vertiginosa e eles se entregam ao absoluto do prazer.




Leia ao som de The Raconteurs - Together


[Link para baixar a musica: 05 Together.mp3]


[Isso lembra uma frase: "prazer, eu serei sua companhia essa noite"]


terça-feira, 7 de outubro de 2008

Morte.


No cinzeiro bitucas amassadas e retorcidas misturavam-se com cinzas apáticas, ali repousava ainda seu ultimo cigarro com uma fumaça espessa que se dissipava ao tocar no teto gelado e úmido da chuva calma que caia naquela noite.


No som tocava a mesma musica melancólica de sempre, a musica repetia calma e sinuosa varias e varias vezes.


Pela janela entre aberta o vento que passava balançava as cortinas brancas que se molhavam com os chuviscos que batiam no beiral. Já era possível ver as primeiras moscas em busca de carne fresca entrar pelas fendas da janela em busca de alimento novo.


Seu corpo estava ali caído pálido e já sem vida se misturando com o sangue vermelho e espesso que cobria o carpete do apartamento. A arma ainda quente e com restos dos estilhaços da pólvora se reluzia com a claridade de um pequeno abajur na mesa de canto daquela sala, onde as paredes tinham presenciado tal ato e tamanha dor.


Sua expressão era assustadora, seu corpo retorcido, a camisola branca manchada pelo combustível da vida e seus olhos entreabertos ainda estavam sujos da ultima lagrima de dor que ali tinha corrido. Seus cabelos negros e seu rosto perfeito abriam espaço para a fenda do qual aquele tiro tinha provocado. O sangue corria a cada segundo por sua boca, ouvidos e cabeça. As moscas já pousavam sobre aquele emaranhado de fluidos que ali repousava.


Mais e mais chuva caia e as cortinas ficam mais ferozes com o vento. Seu corpo ia gelando com o tempo e a fumaça daquele cigarro se tornando menor e já sem importância... Mas a musica persistia em não parar. Era sim o som do qual ela tinha decidido fazer tudo acontecer.


As perguntas e questionamentos tinham se findado, as dores do passado e o medo do futuro já não existia mais. Uma carta com letras borradas e tremulas estava encima de sua cadeira, papel amarelado com tinta azul contava tudo o que tinha se passado e como tal decisão tinha ocorrido, pedidos de desculpas, revelações e declarações era descritas claramente.


Seu gato cinza que do canto da sala tinha visto ocorrer toda cena, agora repousava com um olhar de tristeza sobre o seu corpo degradante.


E sua alma vagava pelo quarto relembrando os momentos que ali tinha ocorrido até aquilo acontecer. Nos portas retratos suas fotos, que mostravam os momentos perpetuados.


O cigarro se apaga, a chuva se intensifica e o som torturante se finda... Somente escuridão e a solidão mórbida acompanhavam aquele corpo.


Ventos, cheiros, vermes e moscas... Era a morte, simples e sorrateira morte!


Leia ao som de Eccentric - After Forever.


[Link para baixar a musica:05 Eccentric.wma]

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Lembranças


Faltava luz e a cidadela estava em plena escuridão naquela noite, as nuvens densas e acinzentadas cobriam o céu, impossibilitando a luz da lua atravessar e iluminar as casas abandonadas e os jardins mal feitos.


Crianças brincavam na rua escura enquanto pessoas com rostos assustados e olhos arregalados olhavam pela janela a espera de alguma coisa acontecer, os carros passavam na rua com faróis altos cortando o barulho do vento e das corujas.


Uma brisa calma, escuridão e mais escuridão, o vento que passava lentamente por corpos, pelos e poros gelava a alma e o coração.


E ele estava ali, deitado em sua cama, olhando pela janela aquelas nuvens que não se movimentavam, entre um cigarro e outro ele brincava com o fogo do isqueiro e comungava com a escuridão que era sua única parceira naquela noite.


O vento balançava as cortinas e a janela do seu quarto fazia barulhos... Era o único som que ele conseguia escutar.


Seu corpo repousava na cama, naquela noite não existia novela, Internet, musica, não existia pessoas para ele conversar.


Seus olhos se fecham e sua mente projeta-o para lembranças do qual seu corpo e espírito já tinham vivido, pessoas, coisas e gestos. Tudo que ele pensava era com tanta intensidade que ele conseguia sentir claramente em seu corpo.


Ele se retraia na cama, se comprimia e sua respiração ficava ofegante a cada pensamento insano e descomunal que passava por sua cabeça. As lembranças não eram boas, não era satisfatórias, ele tentava controlar, mas não conseguia conte-las, sua respiração ia ficando mais forte e visceral a cada lembrança e as primeiras lagrimas eram possíveis perceber.


Ele levanta atordoado, senta em sua cama e uma tontura estranha toma o seu corpo, ele levanta dali desequilibrando-se vai até sua mesa e pega uma garrafa de uísque coloca uma dose e deita novamente na cama. Acende mais um cigarro, agora alternando tragadas e goladas daquele liquido quente e amargo.

Ele queria esquecer de tudo que lhe passava na cabeça. Já não tinha mais o porque ficar relembrando coisas sem importância aparente, hoje ele era opulente e poderoso tinha tudo o que queria, aquelas lembranças fazia com que seu passado transformasse seu futuro em ruínas.


Aquele liquido caramelisado e com odor forte só fazia sua mente ser cúmplice de sua derrota. Um gole, mais uma tragada e pronto seus pensamentos se tornam mórficos, fazendo-o ver os monstros do seu passado caminhar sobre o pequeno quarto do apartamento, era como ver todos aqueles que ele tinha machucado vir lhe cobrar sua vida como pagamento.


Ele então se encolhe no canto mais escuro da cama, é possível ouvir sua respiração, a tosse começa a ficar forte e intensa, o cheiro de cigarro era forte e a sonolência proporcionada através daquele elixir vinha sorrateira e calma. Ele vai relaxando aos poucos músculos e tecidos, seu corpo transpira seus olhos fecham calmamente, tontura, remorso, ruínas, lembranças, lagrimas...


Seus corpo cai e assim ele se entrega ao sono profundo das lembranças sem causa.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Dor!



Seu corpo frágil descansava no pequeno beiral da janela, seus olhos assustados olhavam as pessoas que lá em baixo passavam apressadas em busca de algo que ela não conseguia entender.


Suas mãos alisavam seu ventre e entre seus dedos ela apertava a camisola de cetim branco, ela se perguntava onde estavam todos aqueles que sempre lhe acompanhavam? Que sempre Ajudavam-na a fazer brincadeiras pueris?, eram perguntas sem respostas aparentes, ela já não entendia.


Sua cabeça doía, e uma leve tontura passava pelo seu corpo. Ela se desequilibra por um momento e segura firme nas bordas da janela, vem então uma vertigem e as lembranças do qual outrora ela tinha passado, o tempo nostálgico do qual ela tinha vivido um grande amor invalido.


Seu rosto tinha uma expressão calma, mas o desespero tinha tomado sua alma, a maquiagem fraca e os cabelos presos remetiam a imagem de uma pessoa centrada, que não conseguia demonstrar seus sentimentos e desejos internos.


Ela aperta suas mãos sobre a cabeça e as lagrimas começam a descer calmamente sobre seu rosto e entre seus seios, enquanto o choro vinha contido suas mãos apertavam sua cabeça e ao mesmo tempo acariciavam sua barriga, o desespero e a dor começam a ficar aparente, ela desce da janela e anda para o outro lado da sala, sentando em um sofá ela começa a se questionar por que tal coisa tinha acontecido contigo.


Sua expressão a cada segundo era mais pesada as mãos sobre seu rosto tentando esconder suas lagrimas ia ao mesmo tempo puxando seus cabelos e os levanto junto ao rosto.


Tua mão tremula então passa por seus olhos enquanto a outra cada vez mais se comprime e aperta sua barriga, ela já não tinha vida, estava perdida, se sentia fora do jogo e sem forças para continuar, já não sabia como fazer... Já não sabia como viver.


Suas lagrimas mais intensas, soluços e gritos a deixavam louca. Ela levanta começa a quebrar coisas e cai de rosto ao chão, solta um grito e começa a chorar desesperadamente, se pergunta por que? Por que? Ela não entendia.


Já não se sentia parte daquele mundo, tudo estava parado sem vida e a dor era insuportável ela queria se livrar daquela dor do qual sentia. Com sua face apoiada sobre os braços, somente o chão e as paredes vazias daquele apartamento eram as testemunhas do momento.


Não tinha mais forças para nada, ela solta um grito que penetrou a alma, tudo parou, somente se ouvia a doce melodia de sua falida vida, ela se ajoelha pega sua bolsa, retira algo de dentro e em um ato impensado, sem sentir ao menos um pesar ou um remorso ela rasga seus pulsos, ela já não sentia e o sangue que dali escorria e manchava sua roupa e coxas já não tinham vida.


Seu corpo cai sem vida sobre o tapete, mas podia se ver espasmos e seus últimos suspiros ofegantes.

Tudo ficou escuro, silencioso e sem dor. E dessa forma sua alma se entregou!


Leia ao som de: Our Farewell - Within Temptation


[Baixe aqui a musica: 03 Our Farewell.wma]

Intimus


Ela dançava calmamente em seu quarto, dividindo o pequeno espaço com sapatos, roupas e coisas jogadas no chão, as luzes baixas e calmas lhe transmitiam um ambiente perfeito e uma calma descomunal.

Olhos semi-serrados, boca rosada, maquiagem marcada, cabelos soltos, um vestido preto era o seu figurino naquela noite, sorrisos singelos apareciam em seu rosto e por vezes risadas sem motivo aparente.

A expressão em seu rosto remetia a lembranças que outrora ela tinha passado, ela continuava ali dançando sozinha, o momento era dela e nada seria mais perfeito e completo do que aquilo.

Entre uma taça e outra de vinho que ela saboreava calmamente, esbarrões e tropeços na cama e nos sapatos, deixava-lhe sem ritmo.

Ela senta na ponta da cama e uma leve embriagues é possível perceber, seus dedos percorre a taça serrada de vinho, mais um gole e mais um, pronto a taça vazia é deixada de lado.

Ainda ali sentada seus dedos percorrem seu pescoço calmamente, a musica entra por seus poros, invade seu corpo e transmuta sua alma. Sorrisos sensuais, espasmos carnais, a respiração se torna ofegante e forte. Suas mãos alcançam sua nuca fazendo sua cabeça pender para traz, ela sente seus cabelos e a respiração se torna mais forte, mordidas em seus lábios e olhos apertados expressam quão era sua sensação.

Suas mãos percorrem seu corpo, dedos calmos passam por seios, barriga e coxa, e as expressões de prazer aumentam a cada segundo, sua carne treme e sua mão direita é comprimida entre suas coxas enquanto sua mão esquerda calmamente percorre todo o desenho de seus seios.

O prazer é inevitável, seu corpo se contorce e seus movimentos calmos e insinuantes relatam sua satisfação.

A musica parece ficar mais alta invadindo seu corpo, sua respiração aumenta com movimentos mais intensos, um singelo e vigoroso gemido é liberado fazendo-a cair na cama, e seu corpo se comprime fazendo sua mão deixar marcada as partes internas de suas pernas enquanto alisa de forma frenética e intensa seu rosto, nuca e cabelo.

Sua respiração se mistura com pequenos gemidos de prazer. Tudo parece parar, a música aumenta mais e mais e ela se entrega ao inevitável do momento.
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Leia ao som de Warwick Avenue - Duffy
(Baixe a musica aqui: 02. Duffy - Warwick Avenue.mp3 )

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Compulsivo


O cheiro de cigarros no quarto era insuportável fazendo a convivência ali ser quase impossível.

Seringas usadas, agulhas sujas e restos das substancias que a mantinha ainda viva estavam espalhadas pelo chão, encima da mesa do computador e pelas almofadas. As garrafas de bebidas eram seu cobertor e seu colchão naquela cama, a musica estridente invadia a alma tornando ela cada vez mais vulnerável e mórbida.

Ali estava ela, jogada encima da cama, seus braços marcados pelo tempo, manchas roxas invadiam sua coxas, a maquiagem borrada pelas lagrimas, a boca vermelha pelo batom da noite anterior. Seu corpo repousava sobre aquele mar de sujeiras, vômitos e fluido que ela liberava em cada repulsa... Espasmos do seu corpo.

O choro era constante e a morte invadia seu corpo, Ela tenta se levantar sem sucesso seu corpo já não respondia. A pele branca, lisa, macia e aquela lingerie preta, remetia como era seu poder e quão era sua opulência.

Mas naquele momento nada mais era como antes, suas pupilas dilatavam, as lagrimas negras que descia sobre a cama. Já não tinha vida. Era dor, angustia e uma vontade insaciável de sentir mais daquilo.

Ela reluta novamente em levantar... Cai sobre o tapete e seus belos cabelos negros tampam seu rosto, de uma forma sobre-humana ela vai até a gaveta pega mais um daquele doce e suave elixir.

Sem muito prezar ou sentir a agulha perfura sua pele, as lagrimas escorrem sobre seu rosto e as mordidas sobre seus lábios estampam a dor que ali ela sentiu, o sangue vermelho pálido e sem vida que sai do seu braço, da espaço para o liquido amarelado e apático da seringa.

Ela se encolhe ali no canto escuro do quarto, seus cabelos cobrem seu rosto, mas é possível ouvir os soluços cortantes que sai daquele ser, seu corpo treme e se comprime, e em cada vea de seu corpo ela pode sentir o “liquido do prazer” passar.

A música aumenta torturante e sinuosa, as luzes se apagam, a solidão toma conta de sua alma, mais lagrimas negras caem sobre suas pernas e as mordidas se tornam tão intensas que o sabor adocicado do seu sangue ela consegue sentir.

Tudo parece parar, a musica fica lenta e sem sentido, ela respira fundo e se deixa levar...
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[Ouça ao som da musica blues veins - The Raconteurs]
link para baixar a musica:
10 Blue Veins.mp3

sábado, 20 de setembro de 2008

(?)


O tempo estava cinzento e apático naquela tarde, e a chuva fina e calma que caia molhava seu rosto se misturando com sua lagrimas.

Os carros passavam cortando o vento e a água e seus motoristas com rostos assustados e suspiros estressados pareciam ter saído todos de um mesmo lugar, as pessoas que ali caminhavam com olhares robóticos e guarda-chuvas pretos davam o ar fúnebre daquele momento.

Ele passava a mão em seu rosto para secar sua lagrimas e sentia o cheiro de poluição na água que caia, seus olhos vermelhos e suas pupilas dilatadas mostravam quão era o sentimento do qual ele sentia naquele instante.

Ao subir o viaduto que cortava a cidade ele parou e olhou para baixo, e só conseguia ver um rio pálido e sem vida lá em baixo, que já não refletia sua imagem.

Ele respira e em atos impensados sobe e inclina seu corpo para frente. Os carros passavam rapidamente e o barulho que ali fazia era infernal, as pessoas insólitas sequer o percebia. A chuva aumentava e molhava todo seu corpo, a roupa colada pelo suor e pela chuva já lhe pesava na alma. Sua dor era infame e silenciosa e dilacerava sua alma aos poucos a lagrimas aumentavam gradativamente e ele percebia que já não restava mais nada.


Ele respirou fundo... E enfim tudo se apagou!

Ouça ao som de – Don’t Smoke In Bed - Nina Simonne

(link para baixar a musica)


02-Don't Smoke In Bed.mp3

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Possessão


A noite estava fria, e a luz prateada que aquela lua transmitia deixava aquele momento com um ar de lembranças que outrora ele tinha vivido.

Ele andava calmamente, o frio rachava seus lábios enquanto o vento era responsável por zumbidos tênues em seu ouvido, nada nem ninguém na rua, somente ele caminhando e olhando para o horizonte, os barulhos dos latidos dos cães e dos seus sapatos era a única coisa que se ouvia.

Casas abandonadas, luzes piscando e muros tatuados com letras que ele não entendia eram o cenário da mórbida e tenebrosa cena, a fumaça que ele exalava e soltava calmamente aquecia os seus pulmões e lhe transmitia uma calma descomunal lhe deixando por fora de tudo àquilo que acontecia.

Pensamentos e lembranças ocorriam em sua mente, e uma euforia tomava conta do seu corpo, ele se indagava, cadê todo mundo? Onde esta as vidas que aqui habitavam? Mas as respostas não vinham. A sensação de desespero só aumentava a cada minuto, respiração ofegante e mais e mais fumaça.

As luzes piscavam, o vento rugia como um leão, seus passos começaram a perder o ritmo e aquela certa tontura tomou conta do seu corpo, com sua mochila nas costas ele olhava para todos os lados, olhava para trás querendo voltar, mas seu corpo não deixava, parecia que já não era mais ele que ali comandava. Dor, angustia, agonia, temor tudo passava pelo corpo dele como em flash e o desespero aumentava de forma que já não existia controle.

Lagrimas escorreram sobre seu rosto juntamente com a dor que parecia rasgar o seu peito, tudo ali já não parecia mais conhecido tudo parecia uma maquete mal feita e pouco usada, os latidos dos cães aumentavam e ensurdeciam seus ouvidos.

A loucura já tomava conta de sua alma enquanto desesperadamente ele descia aquele morro, as folhas secas e amareladas que caia das arvores pelo caminho lhe fazia pensar que toda a vida tinha acabado e que somente ele, só ele estava ali, sozinho sem mais ninguém para acalentá-lo.

Ele rodava olhando para os lados e com um suspiro e um grito cortante seu corpo caiu no chão como um boneco sem vida. O cheiro da gasolina no asfalto marcado por pneus seria seu travesseiro naquela noite e o céu bordado de estrelas e tomado pela luz prateada daquela lua seria seu cobertor, parecia o fim; morte, desespero, possessão, morte.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O Profeta


Crianças brincavam na mesma calçada onde homens normais e despercebidos trocavam pequenos pacotes por dinheiro.

Barulhos infernais davam o tom da trilha daquela noite, carros, buzinas, caminhões e pessoas que falavam loucamente ao celular eram o violão, a bateria e a guitarra da maldita cidade. Olhares vagos sem vida estampavam verdadeiramente o rosto daquele lugar. Corpos inchados, curvos e semi-nus apareciam a todo momento. Não tinham simetria, não tinham vida.

Entre estalar de saltos e risos enfadonhos, percebia-se que tudo estava se tornando igual, pessoas, objetos e casos. O verbo sendo sujeito e o sujeito tomando o lugar do verbo. Tudo estava se enquadrando e vegetativo era o quadro daqueles que passavam por lá.

Suas risadas eram maçantes, mas riam de que? Se não havia vida, se não existia cor. Tudo cinza e apagado. Uma selva de pedra e um emaranhado de construções sem vida. Do que riam? Ele se perguntava sem resposta nem ao menos um mínimo entendimento.

Nas filas as pessoas pareciam estatuas de parque, sequer perceberiam se um pássaro lhe pousasse, mas ainda existia isso? Será que esses zumbis em forma de gente saberiam descrever uma mera ave? Ou faltariam substantivos e adjetivos? Ele próprio não sabia responder o que essas pessoas falariam. Eram pequenos zumbis a espera da sua vez para retirar os papéis das guerras sem causas. Somente via-se rostos enfadonhos e sem cor, o mesmo olhar apreensivo e ao mesmo tempo vazio.

Ele se perguntava para onde tinha ido parar a vida? E o pior ele se perguntava se ele era mais um daqueles zumbis sem vida, pois afinal ele estava em meio de tantos. A duvida deixava-o louco e o medo de ser mais um ser igual, sem graça e sem esperança lhe dava dores mortais em seu peito.

Mas em meio de tanto caos, eis que surge então ele, um cigarro em sua mão direita equilibrava o seu corpo juntamente com o peso da latinha da cerveja em sua mão esquerda. Entre tragadas e goladas suas palavras se enrolavam e nada parecia direito, não era normal e muito menos igual, seus passos nada pensados lhe deixava tonto, mas um tonto feliz, sua roupa suja e maltrapilha coloria os olhos de quem via.

Mas afinal o que ele era? O rapaz se perguntava, e iguais as outras essa pergunta ficou sem resposta para o jovem rapaz. Ele jamais saberia se o ser dos passos curtos e desajeitados. Era o profeta para salvar aquele dia ou simplesmente um maltrapilho vagabundo.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Falta.

Eles sentaram como dois desconhecidos naquele lugar onde muitos assim são.

Olharam um para o outro, mas não disseram nada, calaram-se para seguir viagem.

Eram desconhecidos, mas compartilhavam da mesma crença,
Eram desconhecidos, mas estavam indo para o mesmo lugar,
Eram desconhecidos, mas moravam no mesmo endereço,
Eram desconhecidos, mas dividiam a mesma casa,
Eram desconhecidos, mas dividiam a mesma cama...

E toda noite dormiam juntos, e comungavam um com o outro de seus suores, hálitos e odores

Mas ainda assim eram desconhecidos, e se tratavam como tal, uma vida no colo dele estampava os seus sexos programados e marcados na agenda, as noites das dores cabeças e de negações na cama. O celular no bolso dela e o fone de ouvido que lhe transmitia as musicas do momento somente tatuava naquele instante a mínima importância que ela dava para o “seu desconhecido”. Olhares vagos, palavras categoricamente medidas e bem pensadas, sorrisos discretos de aceitação ou negação. Silencio, atenção, silencio.

Nada mais restava naquele momento, ou sobrava até de mais. Os dois desconhecidos que simplesmente estampava para mim o que eu já havia visto na sociedade, mas relutava em acreditar.

Cadê o amor?
O afeto?
Cadê o carinho?
Cadê a simplicidade do olhar?
Os suspiros apaixonados?

Eles como muitos se esqueceram desses pequenos e grandiosos detalhes, falta afeto, falta sentimento humano.

Falta tudo, da mesa do café da manhã ao maldito prato da janta da tarde.

Falta..... Infelizmente falta.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Para você.

Ele apareceu, e em pouco tempo conseguiu me decifrar... Entender-me.

Veio com olhares de medo que aos poucos se tornaram de ternura e carinho, me fez conhecer quem eu era e sentir verdadeiros sentimentos que se perpetuam e a cada dia aumentam de forma esplêndida.

Faz-me viajar a cada noite mal dormida. E a cada abraço seu encontro a proteção do qual preciso.

A saudade quando não o vejo é cortante e passa por toda minha alma a cada segundo.

Tenho lembranças de cada momento único do qual passamos e uma imensa felicidade para com as expectativas de cada encontro e de cada instante que está por vir.

Enfim... São sensações, momentos e situações quase que indescritíveis. Há tanto sentimento e carinhos que não tem como descrever.

Uma pessoa perfeita em um momento perfeito talvez seja a única explicação.

E o amor que brota de dentro do meu pequeno e apertado coração seja a resolução.

Para tentar entender essa historia escute três musicas.

Equalize – Pitty
O Retorno de Saturno – Detonautas
300 km por hora – Autoramas.

Sopa de letrinhas.


Às vezes as coisas parecem uma sopa de letras, ocasiões, situações, substantivos e verbos saem do lugar, dando espaço para um emaranhado de sensações e pensamentos... Tudo junto e bagunçado... Tudo complicado... E é nessas horas que tudo se mistura, lhe remetendo para algo maior ou talvez para simples coisas que jamais entenderá.

Mas talvez a vida seja essa sopa de letras...
.E
......................................................................................Nós
....................................Partes
.....................................................................................................................Da
.........................................................Saborosa
....................................................................................................................................................E
.................................................................................Quente
.....Sopa

Um sorriso.... Apenas um sorriso.


Entre barulhos e balanças simétricos em uma minhoca de metal que corta cidades, lá estava ela.
Ser singelo, acompanhada por pequenas vidas do qual ela cuidava. As marcas do tempo estavam estampadas em seu rosto, o sorriso como forme de repreensão a todo o momento aparecia no seu rosto.
E então surgiu um envelope, amassado e sujo com letras bonitas, de dentro dele saiu um papel de carta, dobradura estilizada e a mesma bela letra por toda sua extensão. Ela lia calmamente e com um pouco de dificuldade que ficava clara pelos seus pequenos olhos cansados e pela leitura que em seus murchos e sugados lábios saia.
Aqueles pequenos seres iam de um lado para o outro entre pedidos e negações o barulho continuava irritante e o balanço me deixava com náuseas que jamais tinha. O sol batia em seu rosto e a carta se aproximava e se distanciava dos seus olhos relutando para conseguir ler o tão precioso texto com as belas letras no papel de carta requintado.
Após muito tentar consegue terminar a leitura e um sorriso de esperança fica tatuado em seu rosto, como se tudo aquilo lhe remetesse a algo bom e novo... Ou somente um lembrança que outrora lhe deixava feliz.
O balanço e o barulho continuavam simetricamente e enjoativo entre pessoas que ia e vinha, entre gritos de vendedores com olhares assustados com medo do inevitável. Entre seres que todo dia faziam aquele trajeto, nada parecia orgânico e sim seres programados para tal ato.
Mas aquele momento era dela, somente dela, com aquele sorriso que tinha brotado em seu rosto marcado pelo tempo, com suas roupas velhas e mal arrumadas, nada nem ninguém nem o maldito barulho infernal atrapalharia aquele momento que era único, para ela e conseqüentemente para mim.

Leia ao som de Distant Dreamer - Duffy

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Batalhas Internas.


Eu em minha total ignorancia acredito que vivemos em uma "guerra interna".

Todo ser humano, eu digo TODO, tem suas dualidades, por exemplo:

O bem e o mal;
O feliz e o triste;
O estroveritod e o Introvertido.

E assim vai em uma listinha imensaaaaa de coisas que temos e que lutamos para amenizar ou sanar de vez.

Esse ano quando minha mãe olhou para mim e disse, estou indo embora, muitos dos meus conceitos "pré-concebidos" (creio eu) cairam pelo chão e se afundaram neste mar de terra.

Vejamos:

eu acreditava ser um ser idependente, livre e com grandes chances de morar sozinho e construir minha vida eu e um cachorro (de preferencia labrador), andar pelas ruas com ele, e dizer que eu podia e que era feliz!

Mas quando eu pensava isso, eu trabalhava emuma escola, era rodeado de mil pessoas por dia, dava aula, era gremista, me infiltrava na politica, e muita gente dependia de um SIM ou NÃO meu para fazer as coisas. Eu me sentia útil, coisas dependiam de mim e eu acreditava não depender de muita coisa.

Mas ai as coisas mudam... Entrei na faculdade e o que me restou foi me contentar em viver em casa e estudar que nem loco.

Mas quando pensei que as coisas não poderiam ficar mais "loucas", me enfiei de cabeça em um emprego que me prendia atras de uma mesa com um computador. Onde a ordem da vez era enganar pobres pessoas atrás de emprestimos. E pela primeira vez tive a sensação de que eu era dependente das pessoas que entravam lá, e não elas de mim.

Não que eu seja egoista a ponto de falar... Nossa eu quero ser superior... Pelo ao contrario sempre quis ser igualitario em tudo e principalmente politicamente correto.

Mas ai minha mãe foi embora... e o que me restou foi um quarto... vazio... com cheiro de cigarro velho e um cinzeiro cheio de cinzas e bitucas amassadas. Me restou uma slidão estridente no peito e uma sensação de vazio. Percebi que eu mais do que imaginava eu era dependente e muito de alguem. Era ela que me dava essa sensação de independencia.

Sinto como se algo dentro de mim está brigando comigo mesmo. Concordo quando me as pessoas me diz que sou dual. Sim eu sou... como todo e qualquer ser. Porem não sou mal, nem quero o mal das pessoas ao contrario quero o bem...

Mas essa dualidade é como se eu estivesse na beira de um precipicio sempre, olhando para o fundo e ao mesmo tempo olhando para o horizonte do outro lado, sem saber ao certo o que fazer.

Sinto como se algo quisesse explodir... mas nunca explode... Como se o cleiton quisesse se libertar, porem não se liberta.

Mas se libertar do que?

Talvez dessas coisas que tentam me possuir, que entram em mim, causam mal e vai embora... sinto que elas me fazer isso.... mas não sei me livrar...

O tempo foi passando... E eu me acostumando com elas.. E elas ficando mais intensas....

Hoje crises são poucas...

Culpa?

não há culpados... Talves nem eu seja culpado, nem ninguem e muito menos situações citadas a cima..

E somente sensações.... Coisas repentinas.... que passam por mim em busca de algo... em busca de um algo mais!

Enfim.... Como sempre meu blog somente serve para os meus momentos de crise... ainda bem que não são muitas....

Esqueça o que leu logo acima.... é o retrado de alguem que estava em crise... e não vale de nada para ninguem... Talves somente eu entenda mesmo.

domingo, 1 de junho de 2008

A você!


Um olhar a me procurar... uma pessoa do qual eu esperava tão ancioso a ponto de não conseguir me controlar... Ele me olhou e em um abraço forte e apertado fez aquela saudade se extinguir.

Eu euforico como sempre o abraçava e queria o sentir sempre nos meus braços, como se aquele fosse o ultimo segundo da minha vida... Ele me olhava e com um olhar tão doce e apaixonante fazia eu me sentir a pessoa mais feliz deste mundo.

Era como se tudo em nossa volta parasse, como se nada mais existisse no mundo a não ser aquele momento e nós dois...

Deitamos e juntos ficamos abraçados em uma madrugada fria e chuvosa, o mundo poderia acabar naquele momento... nada nos atrapalharia de ficar ali sentindo o pulsar e o respirar um do outro...

Era magico, quase um sonho... em meio da insanidade e da loucura dormimos, e aquilo me remetia a lembranças de um passado secular... como se ja tivessemos em outro instante e um outro lugar passado pela mesma situação. Suas mãos, seu corpo me fazia lembrar, tua alma vibrante e tua respiração fazia eu ter mais certeza de tal fato. Aquilo ja tinha acontecido... E para a minha felicidade estava acontecendo novamente!

No amanhcer seu olhar, seu sorriso... tudo era perfeito eu sentia como se algo tivesse a explodir em mim... Meu coração pulsava como nunca.

Entre caricias e palavras bonitas percebi que aquilo não tinha sido um sonho e sim a mais bela e linda realidade do qual eu ja tinha passado. Minha alma joviana tinha chegado a seu apogeu e senti que daquele momento tudo seria diferente... Ele me fez sentir o meu verdadeiro eu... com seu jeito sereno de ser...

Nada acontece por um acaso qualquer... Tudo no seu tempo e no seu lugar... Estava traçado nosso encontro, esta tudo escrito e tenho a certeza disso.

A paixão chegou e não tem como negar... só consigo pensar nele, e toda vez que fecho meus olhos e lembro dele posso sentir o seu cheiro como se ele estivesse aqui ao meu lado. É tudo tão magico e tão natural... Tão simples que se torna complexo.

Mas eles esta em mim e eu estou nele... Meu coração pulsa como nunca e agora eu entendo o verdadeiro gosto da paixão.

Pela primeira vez não tenho medo... É como se alguem me falasse que está tudo bem e que serei a cada dia mais feliz.

Que os Deuses nos permitam a cada dia nos unir mais e mais... E sei que eles nos uniu pois assim querem...

E a unica coisa que eu sei neste momento é que te quero... sem medos... Quero me apaixonar cada dia mais, e ser seu.... somente seu.

~ Só a noite é testemunha da nossa paixão!

~ Cleiton )O(

sábado, 31 de maio de 2008




Despois de uma noite utópica, de muito susto com o alarde de uma retomada inflacionaria e com um governo que diz que "vai fazer de tudo" para não deixar que a inflação volte a roubar nosso dinheiro.... Acordei atrasado mas sabendo que tive uma noite de sono muito boa...


Saio do chuveiro depois de 20 minutos de banho (sei sei é de mais e tenhoq ue começar a pensar no aquecimento global e na falta de agua potavel na terra) corri para me trocar, sabendo que eu estava mais de 1 hora atrasado...


Um dia frio e nublado me esperava aqui fora e as árvores balançavam calmamente, mas vi uma coisa atipica no meu jardim, um pé de rosas que na primavera ficava todo murcho e sem vida, agora no outono resolve viver e brotar as mais belas flores da rua... Corri para o serviço com a grande satisfação de saber que esse mês consegui pela primeira vez ser promissor nele e ganhar gestos de satisfação do meu gerente.


Pessoas apressadas com rostos assustados e tristes ao mesmo tempo e uma cidade suja me rcebeu aqui no centro... muito barulho de carros velhos e sucateados e uma inauguração com de uma nova loja de roupa aqui do lado (meu consumismo agradece), do banco com um palhaça desclassificado e ao mesmo tempo tão de bem com a vida me fazia rir e relembrar do meu tmepo de criança, do qual não tinha a responsabilidade de acordar tão cedo e vir trabalhar.... Antigamente acordava e minha unica preocupação era com o que eu iria brincar naquele dia.... hoje em dia minha preocupação é de que forma vou brincar de gente grande.


Mas hoje mesmo com um dia que aparentemente seria gelado, meu coração está quente e minha mente alegre... pois vou ver o responsavel por me deixar feliz a ponto de colocar para fora essas palavras sem nexo nem contexto para fora de mim.


Um belo dia...


~ Cleiton )O(


Estou aqui, em frente a tela clara e ofuscante de um pc surrado e sem vida. Um cigarro libera uma fumaça cinza e expessa sobre meu rosto enquanto bebo altas doses de agua gelada para companhar o frio cortante que faz la fora. O vento bate em minha janela fazendo as cortinas com estampas floridas balançarem sem rumo, indo e voltando em um ritmo constante. Só consigo ouvir o som artodoado do vento que geme com começo de mais uma madrugada de lua minguante.

Estou só... casa vazia sem irmãos nem pais para me acolher, para me dar uma boa noite para me olhar com olhos esbugalhados e pedir que eu apague a luz. Nem meus cachorros nessa hora servem para consolar um solitario em busca de ocupação.

Porem sinto-me acolhido, afagado e acariciado por alguem que não está muito longe daqui... Esse alguem que tem feito meus dias serem mais ensolarados, que tem feito eu esquecer um pouco da loucura de todo dia do qual eu passo com simples mensagens que se tornam tão especiais quanto este proprio momento.

Esse alguem que ao se deitar pensa em mim... E que se ve ao meu lado como eu tambem o vejo.

Talvez eu sempre estivesse errado em dizer que se apaixonar não pode ser inspirador... Ou será que não me apaixonei na verdade durante todo esse tempo? Por isso não tinha conseguido tirar uma só palavra deste cérebro louco que habita minha caixa cefalica!

Quem diria que um depoimento de um alguem tão querido por mim e de tão longe com um link para um perfil conhecido mas um tanto desconhecido pudesse movimentar minha vida dessa maneira.

Um dia normal como outros quaisquer, e uma pessoa que eu ao olhar para seus olhos senti algo profundo e diferente...

Um beijo roubado que se tornou meu durante um grande dia... Uma semana que a cada mensagem que chegava em meu velho e amado celular, me fazia gelar, sentir minhas pernas tremer e minhas mãos suar. Meus olhos brilham e meu coração palpita sem parar... e a cada segundo me sinto mais leve... Será esse então a grande sensação de estar se apaixonando? Não sei responder... Minhas respostas ficam perdidas em um abismo universal.

Porem a cada dia dessa semana algo começava a mudar aqui dentro dessa caixa toraxica e apertava ela de tal maneira que parecia que ia explodir... A cada conversa, a cada troca de carinho, a cada risada dada algo me apertava aqui dentro e me remetia a lembranças de quando minha mãe falava utopicamente da paixão.

Ponho-me a findar este texto com a celebre certeza de que está tudo caminhando da sua devida forma e no seu devido lugar... A fumaça do cigarro já não me atrapalha mais... só restaram cinzas fetidas e uma bituca retorcida... e a garrafa de agua pela metada fica a chorar com pequenas goticulas que molham a minha mesa... Mas na vida algumas coisas não muda, o vento continua a gemer, as cortinas a balançar e eu com a grande certeza que ao me deitar sobre a cama gelada e vazia que me espera sei que tem esse alguem pensando em mim... E eu estarei pensando nele... para que nossos pensamentos se cruzem e nos de uma bela e feliz noite de sono e sonhos.

~ Cleiton )O(