segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Um sorriso.... Apenas um sorriso.


Entre barulhos e balanças simétricos em uma minhoca de metal que corta cidades, lá estava ela.
Ser singelo, acompanhada por pequenas vidas do qual ela cuidava. As marcas do tempo estavam estampadas em seu rosto, o sorriso como forme de repreensão a todo o momento aparecia no seu rosto.
E então surgiu um envelope, amassado e sujo com letras bonitas, de dentro dele saiu um papel de carta, dobradura estilizada e a mesma bela letra por toda sua extensão. Ela lia calmamente e com um pouco de dificuldade que ficava clara pelos seus pequenos olhos cansados e pela leitura que em seus murchos e sugados lábios saia.
Aqueles pequenos seres iam de um lado para o outro entre pedidos e negações o barulho continuava irritante e o balanço me deixava com náuseas que jamais tinha. O sol batia em seu rosto e a carta se aproximava e se distanciava dos seus olhos relutando para conseguir ler o tão precioso texto com as belas letras no papel de carta requintado.
Após muito tentar consegue terminar a leitura e um sorriso de esperança fica tatuado em seu rosto, como se tudo aquilo lhe remetesse a algo bom e novo... Ou somente um lembrança que outrora lhe deixava feliz.
O balanço e o barulho continuavam simetricamente e enjoativo entre pessoas que ia e vinha, entre gritos de vendedores com olhares assustados com medo do inevitável. Entre seres que todo dia faziam aquele trajeto, nada parecia orgânico e sim seres programados para tal ato.
Mas aquele momento era dela, somente dela, com aquele sorriso que tinha brotado em seu rosto marcado pelo tempo, com suas roupas velhas e mal arrumadas, nada nem ninguém nem o maldito barulho infernal atrapalharia aquele momento que era único, para ela e conseqüentemente para mim.

Leia ao som de Distant Dreamer - Duffy

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