quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Possessão


A noite estava fria, e a luz prateada que aquela lua transmitia deixava aquele momento com um ar de lembranças que outrora ele tinha vivido.

Ele andava calmamente, o frio rachava seus lábios enquanto o vento era responsável por zumbidos tênues em seu ouvido, nada nem ninguém na rua, somente ele caminhando e olhando para o horizonte, os barulhos dos latidos dos cães e dos seus sapatos era a única coisa que se ouvia.

Casas abandonadas, luzes piscando e muros tatuados com letras que ele não entendia eram o cenário da mórbida e tenebrosa cena, a fumaça que ele exalava e soltava calmamente aquecia os seus pulmões e lhe transmitia uma calma descomunal lhe deixando por fora de tudo àquilo que acontecia.

Pensamentos e lembranças ocorriam em sua mente, e uma euforia tomava conta do seu corpo, ele se indagava, cadê todo mundo? Onde esta as vidas que aqui habitavam? Mas as respostas não vinham. A sensação de desespero só aumentava a cada minuto, respiração ofegante e mais e mais fumaça.

As luzes piscavam, o vento rugia como um leão, seus passos começaram a perder o ritmo e aquela certa tontura tomou conta do seu corpo, com sua mochila nas costas ele olhava para todos os lados, olhava para trás querendo voltar, mas seu corpo não deixava, parecia que já não era mais ele que ali comandava. Dor, angustia, agonia, temor tudo passava pelo corpo dele como em flash e o desespero aumentava de forma que já não existia controle.

Lagrimas escorreram sobre seu rosto juntamente com a dor que parecia rasgar o seu peito, tudo ali já não parecia mais conhecido tudo parecia uma maquete mal feita e pouco usada, os latidos dos cães aumentavam e ensurdeciam seus ouvidos.

A loucura já tomava conta de sua alma enquanto desesperadamente ele descia aquele morro, as folhas secas e amareladas que caia das arvores pelo caminho lhe fazia pensar que toda a vida tinha acabado e que somente ele, só ele estava ali, sozinho sem mais ninguém para acalentá-lo.

Ele rodava olhando para os lados e com um suspiro e um grito cortante seu corpo caiu no chão como um boneco sem vida. O cheiro da gasolina no asfalto marcado por pneus seria seu travesseiro naquela noite e o céu bordado de estrelas e tomado pela luz prateada daquela lua seria seu cobertor, parecia o fim; morte, desespero, possessão, morte.

2 comentários:

Saulo Oliveira disse...

Amigo, tô passado. Arrasou no texto. Tão ' Harry Potter ', tô beje.


=******** amo tu gordinho, hahahaha

Path! disse...

Li todos os textos do seu blog...e adorei! ^^

Adorei o jeito como vc coloca as coisas, como as descreve...

Continue atualizando isso aqui, por favor...rsrs


bjaum moço!!!!
t+